Um dia de Confissão e oração por Jesus Misericordioso

25/04/2022 às 14:57

Celebração pela devoção reúne fiéis no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e de Jesus das Santas Chagas e traz mensagens importantes para o nosso crescimento espiritual

O dia começou bem cedo na Rede Evangelizar de Comunicação. Às 5h da manhã, a transmissão da Santa Missa com Papa Francisco foi ao ar para um domingo dedicado a Jesus Misericordioso, como Ele pediu a Santa Faustina.
Na Missa de abertura, Padre Reginaldo Manzotti falou da liturgia, em especial do Evangelho de João 20,19-31 e a relação da Palavra com a devoção. Nesta Festa da Misericórdia, nós necessariamente começamos lembrando que é a Misericórdia Divina que Jesus quer derramar sobre nós. “É desejo d’Ele que nós tenhamos a relíquia do osso de Santa Faustina, a secretária de Jesus, a quem Ele disse – com toda a boa vontade – que, no primeiro domingo depois da Páscoa, derramaria a misericórdia sobre nós”, explica Padre Reginaldo mostrando a todos no Altar a relíquia tão preciosa para a Igreja e para a Obra.

A liturgia de São João está marcada em dois momentos complementares. “É como se Ele dissesse ‘pacifiquem seus receios, porque o que Eu reservo para vocês é algo maravilhoso. É como se o Senhor estivesse dizendo para você ‘Shalom’. Não sei como estava o sentimento de vocês quando entraram aqui no Santuário hoje. Mas quando saírem, será em paz porque é isso que o Senhor quer para vocês todos hoje”, deseja o Sacerdote.
A Festa da Misericórdia é um dia de passar da incredulidade para a fé, por meio da devoção e da oração. Tomé, que é um exemplo presente do Evangelho, representa a nossa fé baseada no toque. Na qual é preciso ver para crer, é preciso de provas racionais na vida. “Não podemos basear a nossa fé em milagres, em coisas tocáveis. Há muitas coisas que não podem ser provadas e vistas, mas não quer dizer que não existam. Você pode ter fé em Jesus Cristo e ter a experiência de Deus na Missa, repartindo o pão na Missa”.

“As pessoas têm que nos ver como exemplo. Senão, meu irmão e minha irmã, que fé que você tem em Jesus. Se eu falo que tenho fé, mas na minha casa é uma briga desgraçada, um bate-boca, um xingamento, cadê Jesus? Se no trabalho eu sou sempre o fuxiqueiro na turma, o que gazeia as atividades. Que religião é essa? Se no dia a dia não tenho o espírito de oferecer uma água pra Jesus, uma marmita, um quilo de comida. Que religião é essa?”, questionou Padre Reginaldo.

Dentre tantos questionamentos relevantes, e que devemos fazer diariamente, não apenas durante a Festa da Misericórdia, Padre Reginaldo completa: “Quando você vive na graça do Ressuscitado, não tem o que te derrote. Por isso, vamos juntos pedir ‘Senhor, abra as comportas do céu. Derrame essa misericórdia sobre nós. Eu preciso, minha família precisa, o mundo – mais do que nunca – precisa’”.

Um pouco de tudo o que vivemos neste dia especial por Jesus Misericordioso
Padre Francisco de Assis começou sua pregação pedindo a todos que acolhessem o sopro de Jesus e afirmando que escolheram a pessoa certa para falar da Misericórdia Divina. A justificativa? Que apenas quem se reconhece pecador pode falar sobre o assunto com propriedade. “Só pode ser misericordioso aquele que presenciou a misericórdia, que se assume pecador. Quero convidar você a colocar a mão no coração e se reconhecer pecador. Fale ‘Jesus, preciso da Tua Misericórdia, preciso da Tua mão’. A Misericórdia de Deus norteia a nossa vida. Pelo projeto d’Ele, começamos a orientar a nossa vida”.

O Sacerdote convidado explica que Satanás mostra o pecado para nos destruir. Ele sabe muito bem o nosso nome, mas prefere nos chamar pelo nosso pecado. ‘Aí vem o adúltero, o covarde, o mentiroso’. Enquanto Deus é o contrário. Ele sabe o nosso pecado, sabe de qual barro somos feitos, mas prefere nos chamar pelo maior título que nós temos. ‘Aí vem o Meu filho, Minha filha’. “Ele conhece o meu pecado e me chama pelo nome, Ele tem meu nome gravado na mão”, reforça.

Outro lembrete que Padre Francisco nos deixou foi que a misericórdia vem para nos devolver a dignidade. “Quando a gente esquece que fomos tocados pela misericórdia, esquecemos de ser misericordiosos, percebemos a miséria do irmão e começamos a apontar. Como nós, que vivemos da misericórdia, queremos que o nosso irmão viva da nossa justiça, e não da justiça de Deus, que é misericordiosa?”, questiona.

Padre Francisco explica que a gente tem dificuldade para aceitar a Misericórdia de Deus, porque achamos que Ele tem que agir de acordo com o que queremos. Que Ele tem que ser misericordioso na nossa medida, não aceitamos a medida d’Ele. “A gente vive colocando limites na vida, queremos um Deus a nossa imagem e semelhança, que feche com o nosso esquema, que jogue o nosso jogo. Então, temos dificuldade de aceitar um Deus que perdoe algumas coisas. A Misericórdia de Deus supera nossa justiça. Deixe que Deus seja infinito da tua vida, permita que Ele seja Deus na sua vida, que exerça toda a misericórdia na sua vida e na sua família, nas feridas da sua infância”, complementa.

Na Santa Missa das 11h, Padre Reginaldo lembra a importância do sacramento da Reconciliação, também conhecido como Confissão. “João nos diz que Jesus soprou o Espírito Santo e nos deu o poder de perdoar os pecados. Está ligado ao sacramento da Reconciliação, da Confissão. O primeiro aspecto da Festa da Misericórdia é bíblico. Não é por acaso que os Padres estão aqui hoje atendendo a Confissão. Que esse sacramento seja refúgio para todas as almas, especialmente a nós, pecadores. Muitas vezes pensamos nos outros e esquecemos que nós somos pecadores”, reforça o pároco-reitor do Santuário.

“Tenha misericórdia de mim, Senhor. Tenha compaixão de mim, Senhor. Peça, feche seus olhos e confie nessa misericórdia.” Padre Reginaldo

“A Misericórdia de Deus nos vem pelas cinco Chagas de Jesus. Depois de dois anos sem poder celebrar presencialmente, estamos no lugar certo: o Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e Jesus das Santas Chagas” comenta Padre Reginaldo. Ele continua com um reforço. “A primeira graça a ser pedida hoje: a paz. Não importa as dificuldades a serem enfrentadas, que vivamos em paz. Quem vive em Jesus, vive em paz. Não quer dizer que vai todo mundo ser santinho. Tem horas que o sangue ferve, mas sem ofensas e malcriações. Na vida a gente leva o bem que faz para o outro. Não é certo que marido e esposa que se uniram para serem felizes, ficarem se ofendendo o tempo todo”, conclui.

Quem passou pelo Santuário na Festa da Misericórdia e deixou palavras de fé, inspiração e testemunhos foi a Irmã Zélia. “’Hoje o amor de Deus me transporta ao mundo’ diz o diário da Santa Irmã Faustina. Outra que nos ensina o papel do amor é Santa Teresinha. Ela nos mostra que o amor é o que nos faz ir além do que a gente acha que pode. Como Santa Catarina, que ia – mesmo doente – receber Jesus. Parece banal, mas quando lemos o Evangelho e as Cartas dos Apóstolos, percebemos o amor de Deus. Não temos como falar de misericórdia sem falar desse amor, do que deu a própria vida para que nós tenhamos a nossa em abundância. Este não é um amor qualquer, é o amor verdadeiro e é o que conta”, explica a religiosa.

Frei Anderson Rosa foi outro convidado que trouxe um recado sobre o amor de Deus, muito forte e importante para todos nós. “O amor de Deus é o amor do oferecimento. Paulo diz que o amor é caridade, é o que você oferece sem esperar nada em troca. É justamente olhar na miséria do outro, na sua fraqueza, e levantá-lo. É, por exemplo, olhar dos olhos do marido ou da esposa que falhou com você e dizer ‘não vou desistir de você, eu te amo e vou fazer nosso matrimônio dar certo’”, compartilha.

Quem passou pela Festa
Milhares de fiéis de todo o Brasil e até mesmo do exterior passaram pelo Santuário no domingo. Rosa, de Rio Negro (PR) quase na divisa com Santa Catarina, participou da Festa com uma caravana de 45 fiéis e veio até Curitiba (PR) para agradecer por tantas graças recebidas, mesmo em meio às tribulações da vida. “Perdi uma neta e, dias depois do falecimento, trouxe minha filha até aqui. Ela voltou para casa tão bem, em paz. Quando vi a oportunidade, voltei para agradecer. Jesus ajudou tanto a gente. Sou tão grata pelas bênçãos que recebemos dos Padres aqui no Santuário, que volto sempre que posso”, conta.

Andrea e Nilceu, também de Rio Negro (PR), vieram agradecer a cura do filho, Filipe Gabriel, que é associado mirim e adora a Turma do Manzottinho. A fé deles se encontrou com a Obra em 2017, durante uma Caravana Missionária de Jesus das Santas Chagas, na qual eles pediram que Jesus, por meio da Chaga do Peito, curasse o menino de uma encefalite. “Viemos agradecer a graça. Jesus me revelou, na frente do Santíssimo, que não teria nada no raio-x. Quando voltamos ao médico não tinha mais nada”, conta a mãe.

Quase dez quilômetros de bicicleta da Região Metropolitana de Curitiba até o Centro da Capital. Foi assim que Santina começou seu dia e chegou à Festa para a Missa em honra a Jesus Misericordioso. “Acompanho o Padre desde que ele celebrava as Missas em Pinhais (PR). Quero agradecer a vida que tenho e as vitórias. Tenho um filho que é usuário de drogas e sempre peço por ele, me apoio na fé”, conta.

Para praticar
Padre Reginaldo, ao longo de suas pregações, deixou alguns “exercícios” para praticar em nossa rotina e em momentos de oração.

Cinco minutos sem celular, sem televisão, sem interferências externas. Faça isso todos os dias para pensar na vida e em Deus. Pode ser no carro enquanto dirige, dentro do ônibus. “Isso te ajudará a se tornar uma pessoa melhor”, afirma Padre Reginaldo.

Não importa o quanto erramos ou o que fizemos de errado. O que importa é a decisão que tomamos depois. “Peça ‘Senhor, me banhe com os raios da misericórdia. Senhor, eu não dou conta sozinho. Mas eu quero mudar. Arranca a mágoa, o ressentimento. Se o pecado for cabeludo, corta ele da tua vida. Prometa hoje que vai largar isso. Se for financeiro, doe quatro vezes mais. Se for pela língua, pare já. Se policie e olhe para dentro de si. Diga ‘Senhor, estou sentindo inveja, me perdoe e me ajude a mudar’”.

“Precisamos pedir para sermos curado das nossas incredulidades em relação a Deus, à sua família, ao amor, às suas dores. Precisamos pedir para sermos curados das nossas feridas internas.” Padre Reginaldo Manzotti

Para fechar o dia
A última Santa Missa da Festa da Misericórdia começou com um pedido especial a Deus, que as nossas rachaduras sejam consertadas para que a misericórdia fique em nós, para que ela não se perca. “Todos nós somos pecadores e, hoje, nós temos a graça de nos reconciliar com Jesus, em um domingo desejado por Ele, pedido por Ele. O Evangelho do dia vem nos dar alguns presentes. Três vezes, Ele diz ‘A paz esteja convosco’. Que esse desejo d’Ele chegue à guerra, às periferias que se mata por pouco, que chegue às famílias. No Evangelho de hoje, Ele ofereceu aos Apóstolos a reconciliação e por isso, falamos tanto da Misericórdia nesse sentido. E o único que pode nos dar a reconciliação sacramental e eterna é o Meu Senhor e Meu Deus, Jesus Cristo”, finaliza Padre Reginaldo. Em seguida, o Sacerdote convidou os fiéis para a procissão luminosa, que é tradicional no calendário de eventos da cidade e milhares seguiram em oração.

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