Relíquias de fé na Obra

29/07/2022 às 11:58

Padre Reginaldo recebeu de presente, em abril, a relíquia do Beato Mariano de La Mata para integrar a coleção que já faz parte do Santuário e da Obra

Você já deve ter visto em alguma das nossas celebrações, mas sabe exatamente o que é uma relíquia? É um objeto que pertenceu a algum santo e foi preservado para veneração em relicários. Dizem que a primeira relíquia foi composta dos ossos e cabelos encontrados na fogueira em que São Policarpo foi morto. Depois que milagres foram atribuídos ao santo, outras relíquias começaram a ser procuradas e veneradas.

Aqui na Obra, temos relíquias das três classes (ou graus) existentes. As de primeira classe são partes do corpo, como cabelos, ossos, carne, sangue, etc. As de segunda classe são partes de objetos pessoais do santo, como pedaços de túnica, de cajado, do caixão. As de terceira classe são pedaços de tecido que tocaram no corpo do santo ou no relicário de alguma relíquia de primeiro grau.

E, em abril de 2022, Padre Reginaldo Manzotti recebeu mais uma, como presente dos Freis Maurício Manosso e do Frei Jean Alves: a relíquia de 1⁰ classe do Beato Mariano de La Mata.

Nossas relíquias de 1ª classe

  1. Sangue de São Pio de Pietrelcina
  2. Fio de cabelo de São Pio de Pietrelcina
  3. Parte do corpo de Santa Gemma Galgani, recebida em 2016
  4. Parte do corpo da Beata Elena Guerra
  5. Fragmento ósseo de Santa Faustina Kowalska, recebida em 2021
  6. Fragmento ósseo de São Gabriel da Virgem das Dores, recebida em 2016
  7. Fragmento ósseo do Beato Mariano de La Mata Aparício, recebida em 2022

Nossas relíquias de 2ª classe

  1. Parte dos caixões de São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto, recebida em 2017
  2. Quatro fragmentos de veste de São Pio de Pietrelcina, recebidos em 1999
  3. Fragmento de veste de São João Paulo II, recebida em 2014
  4. Fragmento de veste da Beata Maria Gabriela Sagheddu, recebido em 2016
  5. Fragmento de veste do Venerável Pio XII, recebida em 2019
  6. Fragmento de veste do Beato Carlo Acutis
  7. Fragmento de pedra do Santo Sepulcro

Nossa relíquia de 3ª classe

  1. Pétala de uma rosa ​que esteve sobre o primeiro tumulo do Beato Carlo Acutis
  2. Fragmento de tecido tocado no cinto da Virgem Maria entregue a São Tomé
  3. Fragmento de tecido tocado nos ossos da Beata Nhá Chica
  4. Fragmento de tecido tocado nos ossos de San José Sànchez del Río
  5. Fragmento de tecido tocado nos ossos de Santa Faustina Kowalska, recebido em 2021
  6. Fragmento de tecido tocado no cinto de São José, esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria
  7. Fragmento de tecido tocado nos ossos do Beato Francisco de Paula Victor

Quem foram eles

O pedaço da pedra do Santo Sepulcro, lugar onde Jesus foi sepultado após a crucificação, e o pedaço do cinto da Virgem Maria dispensam mais detalhes. Mas vale a pena conhecer um pouquinho dos outros santos e beatos que podem ser venerados. Afinal, eles são reconhecidos justamente para que possamos nos inspirar em suas histórias de vida e fé.

São Pio de Pietrelcina: Intercessor da Obra, ele nasceu e faleceu na Itália. Foi um Frade da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e foi venerado ainda em vida pelos dons que demonstrava. Bilocação, levitação, curas milagrosas, exalava perfumes, tinha os estigmas, entre outros. Era um grande admirador de São Francisco de Assis e melhor amigo de seu Anjo da Guarda. Criou um dos hospitais que até hoje é referência no país: a Casa de Alívio do Sofrimento, em San Giovanni Rotondo, para ajudar os feridos de guerra. O pedido de canonização começou em 1982 e, em 2002, foi proclamado santo pelo então Papa João Paulo II.

Santa Gemma Galgani: Aos sete anos, Gemma perdeu a mãe e passou a viver apenas com o pai e os irmãos em uma comuna italiana chamada Lucca. Lá, estudou nas Irmãs Oblatas do Espírito Santo até que sua família perdeu todas as propriedades, posses e precisou viver com menos. Neste momento, ela recebeu os estigmas. Rejeitada por todos os mosteiros da cidade, foi adotada pela família Gianinni e com eles viveu até seus 25 anos, quando faleceu por tuberculose. Após sua morte, o mosteiro Passionista que tanto sonhou foi construído como homenagem e é lá que seus restos mortais foram depositados.

Beata Elena Guerra: Fundadora das Irmãs Oblatas do Espírito Santo, em Lucca, na Itália, Elena Guerra escreveu três vezes ao Papa da época, Leão XIII, e o inspirou a escrever três importantes artigos sobre o Espírito Santo para a Igreja: a Carta Apostólica Provvida Matris Charitate, a Encíclica Divinum Illud Munus e a Carta aos Bispos Ad fovendum in Cristiano populo. Ela foi beatificada em 1959 com o título de “Apóstola do Espírito Santo” e seu processo de canonização ainda ocorre com o apoio de dois brasileiros na equipe.

Santa Faustina Kowalska: Polonesa, a Freira foi quem recebeu a aparição de Jesus, e foi chamada por Ele de “secretária da Divina Misericórdia”. Começou sua vida religiosa em 1924 na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia. Seu confessor, Beato Miguel Sopoćko, exigiu que ela escrevesse as suas vivências em um diário espiritual. Por isso, hoje temos as memórias das aparições de Jesus a ela. Foi canonizada em 2000, pelo então Papa João Paulo II, que também instituiu a Festa da Misericórdia, celebrada no mundo inteiro.

São Gabriel da Virgem das Dores: O décimo de treze filhos, nascido com o nome de Francesco, ele perdeu a mãe aos quatro anos e era apaixonado pelas coisas do mundo. Vivia em festas desregradas, até ser derrubado por uma doença grave. Prometeu que dedicaria a vida à fé, caso ficasse curado. Claro que, como muitos, se esqueceu da promessa ao ficar bom. E repetiu a atitude em uma nova doença. Até que, um dia, durante uma procissão, viu a imagem da Virgem Maria fita-lo fixamente e ouviu o pedido d’Ela: “cumpra a sua promessa”. Já como Irmão, sozinho rendeu um bando de mercenários que iriam abusar de uma jovem e fez com que apagassem os incêndios iniciados na cidade de Ancona. Foi canonizado em 1920 e é conhecido como um dos padroeiros da juventude.

Beato Mariano de La Mata Aparício: Nascido na Espanha, ele veio para o Brasil um ano após sua ordenação e começou sua missão como vigário da paróquia e capelão do colégio das “Irmãs Agostinianas Missionárias”. Ao longo da vida religiosa, também foi diretor espiritual das “Oficinas de Santa Rita de Cássia”, movimento que reúne senhoras para confeccionar, costurar e distribuir enxovais e roupas para os recém-nascidos carentes. Ele faleceu em 1983, por um câncer no abdômen, e teve seu primeiro milagre relatado em 1996, na cidade de Barra Bonita (SP). Ne época, um menino de cinco anos foi acidentalmente atropelado por um caminhão, sofreu um traumatismo craniano grave. Por meio das orações dos Padres e alunos do colégio em que Padre Mariano trabalhou, que pediram intercessão dele, em 10 dias o menino estava recuperado e brincando pelas ruas da cidade sem sequelas.

São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto: Irmãos criados em uma aldeia portuguesa perto de Fátima, com a prima Lúcia dos Santos, testemunharam as aparições da Virgem Maria em 1917. Foram canonizados em 2017, pelo então Papa João Paulo II, por admirarem e atraírem as pessoas – principalmente crianças e jovens – ao caminho da santidade, e por suas intercessões.

Beata Nhá Chica: Nascida com o nome de Francisca de Paula de Jesus, em Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno (MG), ela era neta e filha de escravos. Humilde e devota de Nossa Senhora da Conceição, inspirada pela mãe, Chica dedicou sua vida a praticar caridade. Por 30 anos, reuniu doações para construir uma capela para Nossa Senhora, espaço que hoje é um Santuário em Baependi (MG). O milagre que faz parte do seu processo de beatificação foi registrado em 2007: a intercessão pela cura de um problema congênito, e muito grave, no coração de uma professora mineira sem a necessidade de cirurgia, como planejavam os médicos.

Beata Maria Gabriella Sagheddu: Religiosa romana da Ordem Trapista, ela tinha uma devoção profunda pelo ecumenismo, pois desejava que todos se tornassem um em Jesus Cristo. Quando sua irmã mais nova faleceu, Maria se aprofundou na fé e entrou para a Azione Cattolica, onde começou a instruir crianças, adolescentes e idosos. Uma curiosidade: ela começou a ensinar o catecismo com uma vara na mão, mas depois de receber um bilhete do Pároco local que dizia “arme-se com paciência, não com um bastão”, a religiosa mudou seus métodos. Foi beatificada em 1983, pelo Papa João Paulo II, ao final da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Venerável Pio XII: Seu nome me batismo era Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli e sua grande missão foi ser Papa da Igreja de 1939 a 1958. Foi o único Papa do século XX a exercer o Magistério Extraordinário da Infalibilidade Papal (que é quando o Papa, em comunhão com o Sagrado Magistério, clarifica algo de fé ou de moral direto da cadeira de São Pedro e com a iluminação do Espírito Santo) para a constituição apostólica que instituiu a Ascenção da Virgem Maria de corpo e alma ao final de Sua vida. De família nobre e um grande estudioso, ele contribuiu para muitos outros estudos da Igreja e se posicionou contra o nazismo.

São José Sànchez del Río: Martirizado e morto em 1928, aos 14 anos, pelo governo mexicano por não professar contra a sua fé católica, o jovem José contrariou sua família e os Padres locais para lutar na Guerra Cristera. O conflito foi uma revolução popular contra a constituição do país, que era anticlerical, entre 1926 e 1929.

Beato Carlo Acutis: Nascido em 1991 e falecido em 2006, o jovem foi um exemplo de evangelização nos tempos modernos. Sempre muito religioso, Carlo era devoto da Virgem Maria e rezava frequentemente rosários por Ela. Comungava desde sua Primeira Eucaristia, se confessava toda a semana e procurava refletir no sacrário sobre suas atitudes. Quando descobriu o diagnóstico de leucemia, pediu aos pais para viajar aos locais dos milagres eucarísticos e criou um blog para documentar todos os que conseguiu pesquisar.

Beato Francisco de Paula Victor: Brasileiro e filho de escravos, mais ou menos aos 20 anos demonstrou interesse em seguir a vida religiosa. Foi Pároco da cidade de Três Pontas (MG) por 53 anos e procurou sempre catequizar o povo até falecer. Durante seu velório, exalava cheiro de rosas. Um dos milagres atribuídos a ele é de anos depois de seu falecimento: um casal queria batizar o filho e não tinha dinheiro para as custas e um Padre apareceu, enquanto eles rezavam pedindo a Deus uma luz, para fazer a cerimônia de graça. Depois, o casal reconheceu Francisco por fotos.